Yuri Souza
Antes de ler a critica abaixo quero deixar claro que ela e baseada em opinião pessoal.
Antes de ler a critica abaixo,
quero deixar claro que ela se baseia em opinião pessoal.
Uma cena de filme, caso não seja bem escrita e dirigida, mesmo que
visualmente bem filmada, torna-se rasa, vazia e sem importância, independentemente
do seu contexto para a história. Infelizmente, esse é um dos principais
problemas do filme 47 Ronins. O longa traz um roteiro fraco e sem profundidade,
como visto na cena da morte do mestre dos ex-samurais. O que era pra ser a cena
mais dramática do filme torna-se irrisória. Como é possível torcer para que a
vingança dos ronins se concretize se em nenhum momento do filme o roteiro cria
afeto entre o falecido mestre e o espectador? Ao invés disso, nos minutos
inicias ele é mostrado como um homem rude e aborrecido. Sua morte causa até
certo alívio, tão chato e insuportável é o personagem.
Esse é apenas o defeito principal. Há outros muito piores, como o nosso
amigo Keanu Reeves (que no filme interpreta Kai, um homem que foi criado por
demônios da floresta) que durante a divulgação foi vendido como o Rei Arthur
dos 47 ronins em sua vingança. O personagem se mostra tão importante que se o
papel fosse interpretado pela Rihanna no lugar de Reeves, o resultado seria o
mesmo. Não há desenvolvimento em cima do personagem, da mesma forma que não há
profundidade sobre sua personalidade. Impossível se afeiçoar com as motivações
dele, como o amor pela filha do falecido mestre. Sua atuação também não ajuda,
pois não passa amor em seu olhar para a princesa. Reeves olha para ela e diz
que está apaixonado, mas em seguida lança o mesmo olhar a um companheiro de
batalha. Das duas opções uma: ou rola um amor homossexual ou simplesmente
Reeves atua no automático (para minha segurança prefiro acreditar na segunda
opção).
As cenas de ação chegam a ser interessantes, mas não conseguem prender a
atenção do espectador. As lutas que poderiam
ser fantásticas acabam se tornando apenas um grande gasto de CGI. Depois de
filmes como O Tigre e o Dragão é quase inadmissível haver um filme com a
temática épica japonesa onde as cenas de luta não sejam bem feitas e filmadas
com uma coreografia, no mínimo, bem amarrada. Exemplos como o da luta de Reeves
contra a bruxa em forma de dragão mostram o quão a encenação do ator é falsa.
E, para piorar, a criatura não tem presença alguma em tela, deixando clara a
visão do samurai lutando contra o vento.
Falando em bruxas, como não citar os vilões do filme, que se mostraram
tão ameaçadores quanto o Ranger Verde? Além de motivações rasas, o vilão Kira
quase não possui falas, não coloca medo e ainda deixa em dúvida o porquê de uma
bruxa poderosa ficar à mercê de um vilão com o qual ela poderia dar cabo em
segundos.
Hiroyuki Sanada é a única coisa que agrada no filme. O ator incorporou muito
bem seu personagem: o samurai Oishi, também líder da vingança dos ronins. É o
único do elenco que passa firmeza ao atuar. E, quando aparece em cena, deixa
motivos para não desistir de ver o filme até o final. Suas feições transmitem a
verdadeira emoção: saber que apenas a morte o espera, mas que se não vingar seu
mestre sua vida será longa e covarde. Em suas palavras “Quando um crime fica
impune o mundo fica desequilibrado”.
A cena onde todos os 47 Ronins firmam o pacto de vingança, antes de irem
à vila de Ako, seria muito interessante se não fosse os erros que o roteiro até
então já tinha cometido. A cena poderia ter sido muito boa, mas depois de
tantos furos e com a história já se encaminhando para o final, não haveria
momento que salvasse o filme do fiasco.
Considerações Finais:
O filme é um conjunto de erros, cenas de ação fracas, diálogos ruins e
atuações pífias. O único motivo para perder tempo vendo o filme é a mera
curiosidade, mas nada além disso.
Veja imagens do filme abaixo:
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